por
Kelly Cerqueira
Publicada em 10/04/2013 00:47:08
Retirado do Site: http://www.tribunadabahia.com.br/2013/04/10/professores-estaduais-entram-em-greve
Alunos da rede estadual baiana de ensino voltam a ficar sem
aulas, nos dias 23, 24 e 25 de abril, devido ao movimento nacional de
greve dos professores. Cinco dias após o início do ano letivo na rede,
os educadores filiados à APLB-Sindicato realizaram, na terça-feira
(9/4), uma assembleia no Sindicato dos Bancários, dando início às
discussões sobre a agenda de reivindicações da categoria, que envolve
pendências remanescentes da última greve da categoria, em 2012, que
durou 115 dias e novas exigências relacionadas a benefícios salariais.
O calendário de manifestações que tem agenda prevista até o dia 19 de maio foi aprovado pela maioria dos professores presentes à assembleia.
De acordo com a vice-coordenadora da APLB-Sindicado, Marilene Betros, o pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no valor de 5.8% já está sendo negociado com o governo do estado.
Outra conquista
anunciada pela sindicalista é a redução da carga horária em 1/3,
reservada para atividades complementares e planejamento de aulas. “Essa é
uma garantia estabelecida pela lei do piso salarial e que finalmente
conseguimos o cumprimento junto ao governo, com o início ainda este
ano”, anunciou.
Ainda segundo ela, a paralisação nos três dias do mês de abril será
marcada por protestos para a aprovação do Plano Nacional de Educação
(PNE) que, entre outras resoluções, amplia a porcentagem direcionada ao
investimento em educação no país para 10%, além de prever ações de
valorização do professor do magistério.
Embora o sindicato anuncie adesão ao movimento nacional, o
risco de uma paralisação por tempo indeterminado ainda não é cogitado,
pelo menos é o que dizem alguns educadores que assumem ter participado
intensamente do movimento no ano passado. “A última greve deixou claro
que este tipo de manifestação não tem mais efeito sobre o estado.
Infelizmente nós não temos uma oposição atuante, nem um judiciário
preocupado com os interesses dos professores e dos estudantes”, opinou o
professor de história do Colégio Estadual Professora Noêmia Rego Luis Alberto Ramos.
Assim como ele, a professora de educação especial Maria Gomes, que
atua no Centro de Apoio Pedagógico, localizado na Saúde, em Nazaré,
discorda que o início do ano letivo seja o melhor período para começar
com protestos mais extremistas. “A greve deve ser o último recurso a ser
utilizado. Acredito que ainda há muito a ser discutido, paralisações
pontuais devem ser realizadas para chamar a atenção do governo e caso
não haja diálogo, ou consenso, aí sim poderemos começar a discutir a
possibilidade de uma paralisação por tempo indeterminado”, pontuou.
Na opinião destes professores, a greve do ano passado não teve os
resultados esperados, pelo menos financeiramente. “A aproximação entre
os pais, alunos e professores foi único benefício real que restou da
greve. As famílias se aproximaram mais da escola, passaram a compreender
a realidade do educador e a entender que a educação não é apenas
responsabilidade do professor”, disse a professora de Artes do Colégio
Estadual Satélite, Dora Nunes, que também se posiciona contra uma nova
greve.
O assunto ainda divide opiniões. Mesmo concordando com os colegas
sobre as conquistas da última manifestação, com 115 dias que atrasaram o
início do ano letivo em três meses, o professor de educação física
Jaylson Reis ainda acredita que a greve é uma das armas fortes de
pressão ao governo, para a categoria ter suas reivindicações atendidas.
“Se com a luta já está difícil, chamar a atenção e o governo ficando
calado é que não vamos conseguir nada”, afirmou, aguardando o resultado
da assembleia no Ginásio dos Bancários.
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